Construção civil na economia brasileira: participação e importância
O setor da construção civil é um dos pilares da economia do Brasil. Podemos dizer que quando o setor da construção vai bem, a própria economia tende a acompanhar o mesmo ritmo. Mas você sabe o quanto representa a construção civil na economia brasileira e quais os últimos números do setor? É isso que veremos neste artigo, começando pelo PIB do setor.
A construção civil e o PIB
De acordo com dados do Produto Interno Bruto (PIB), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB da construção civil cresceu 9,7% no ano de 2021, após a queda de 6,4% registrada no ano anterior. Esse resultado foi o melhor desde o ano de 2010, quando houve um crescimento de 13,1%.
O resultado se deve, principalmente, ao incremento do crédito imobiliário e as vendas de imóveis novos. Esse número ajudou um pouco na recuperação do PIB da construção civil, já que entre os anos de 2014 e 2021, houve uma queda de -26,03%.
Como já dito anteriormente, o PIB da construção civil impacta diretamente no próprio PIB nacional. Em 2021, o PIB do Brasil cresceu 4,6% e se recuperou das perdas ocorridas em 2020, ano da chegada da pandemia da covid-19 no Brasil. E o ano de 2022 também começou com alta. O primeiro trimestre do ano registrou um crescimento de 0,8%, em relação aos últimos três trimestres de 2021.
Geração de empregos pela construção civil
Segundo dados da CBIC, em 2021, a construção civil gerou, em todo o país, 244.755 novas vagas com carteira assinada. Esse resultado foi 150,60% superior ao registrado em 2020, o que o coloca como o melhor desde 2010, quando foram registradas 347.730 novas vagas.
Portanto, o número de trabalhadores com carteira assinada no setor cresceu 11,62%, passando de 2,107 milhões em dezembro/20 para 2,351 milhões em dezembro/21.
Nesse mesmo período, contando todas as atividades no Brasil, houve um crescimento de 2,731 milhões de novas vagas com carteira assinada. Dessa forma, a construção civil representou 9% do total de vagas geradas no país.
Vale ressaltar que a construção apresentou um saldo positivo de vagas criadas durante quase todos os meses de 2021, a única exceção foi o mês de dezembro que, devido à sazonalidade, costuma apresentar quedas.
O ano de 2021 segue confirmando uma tendência de crescimento que já vem desde 2018.
Segundo dados do Caged, após chegar a um número de mais de três milhões de vagas em 2013, houve um saldo negativo nos 4 anos seguintes. O último foi em 2017, quando foi registrado um saldo negativo de 97.666 vagas. Desde então:
- 2018: 17.144 novas vagas formais
- 2019: 71.115
- 2020: 97.666
- 2021: 244.755
Sim, o ano de 2021 foi superior ao total gerado nos últimos três anos.
Mais empregos por estado
Já os estados com o maior número de novas vagas no setor, em 2021, foram:
- São Paulo, com 63.925 novas vagas
- Minas Gerias, com 31.804
- Bahia, com 15.570
- Rio de Janeiro, com 14.207
- Pará, com 13.264
O único estado que apresentou um saldo negativo de vagas com carteira assinada foi Roraima, com o saldo de -636.
Os cinco estados com maior número de trabalhadores com carteira assinada no setor, em 2021, foram: São Paulo (634,9 mil), Minas Gerais (310,3 mil), Rio de Janeiro (162,9 mil), Paraná (152,5 mil) e Bahia (129,1 mil).
Construção civil na economia brasileira: essencial no combate ao déficit habitacional
Existe uma relação direta entre os investimentos no setor da construção civil e o combate ao déficit habitacional no país. Nesse sentido, programas como Casa Verde e Amarela são essenciais.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Regional, existe um déficit de 5,9 milhões de moradias em todo o país. E esse cenário demandaria investimentos anuais de R$ 228,7 bilhões para a construção de 1,2 milhão de moradias por ano até 2030.
De acordo com a Firjan, há uma estimativa que o combate ao déficit habitacional pode gerar 3,2 milhões de vagas de emprego, além de um acréscimo de R$ 46,4 bilhões por ano em toda a cadeia produtiva do setor. Ou seja, seria um grande incremento da construção civil na economia brasileira.
Financiamentos no mercado imobiliário
O mercado imobiliário é um setor muito importante para a economia do Brasil. Segundo dados da Abecip, nos primeiros quatro meses de 2022, os financiamentos imobiliários com recursos da poupança somaram R$ 52,62 bilhões em financiamentos, número 12,2% menor que nos quatro primeiros meses de 2021.
Mas, contando os últimos 12 meses encerrados no mês de abril, houve um crescimento de 26,2% no total, representando ao todo R$ 198,12 bilhões, ainda sob efeito positivo das concessões recordes feitas no ano passado.
A amplitude da cadeia da construção civil
A cadeia da construção civil é muito ampla e possui diversos segmentos, relacionados a pré-construção, a construção em si e ao pós-construção. O setor engloba diversos tipos de obras, como casas, edifícios, pontes, barragens etc., além de técnicas, leis e profissionais.
A cadeia da construção reúne também organizações de todas as etapas de produção e investidores de qualquer tipo de ativo produzido pelo setor. Os investidores demandam construções como casas, prédios residenciais e comerciais, estradas, aeroportos, bens de infraestrutura etc., e as empresas são as responsáveis por projetar e construir os imóveis, financiar operações, vender materiais, entre outras coisas.
Perspectivas para o futuro da construção civil
Segundo previsões da CBIC, estima-se que o PIB da construção civil, pelo segundo ano consecutivo, deve crescer mais que o PIB nacional. Os especialistas preveem um crescimento de 2% para o PIB do Brasil, enquanto o crescimento do PIB da construção deve ficar em torno de 3,5%.
Esse crescimento se deve pelo ciclo estável e promissor dos negócios que estão em andamento, e que têm assegurado o ritmo de atividade no setor. Além disso, as previsões apontam que o segundo semestre de 2022 deve ter resultados ainda melhores que o do mesmo período anterior.
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